quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Karl Heinrich Marx

"Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de várias maneiras. O que importa é modificá-lo." - Karl Marx (1818-1883).


Coerentemente com essa idéia, durante sua vida combinou o estudo das ciências humanas com a militância revolucionária, criando um dos sistemas de idéias mais influentes da história. Direta ou indiretamente, a obra do filósofo alemão originou várias vertentes pedagógicas comprometidas com a mudança da sociedade. “A educação, para Marx, participa do processo de transformação das condições sociais, mas, ao mesmo tempo, é condicionada pelo processo”.


Karl Marx foi filósofo e revolucionário alemão. Criou as bases da doutrina comunista, onde criticou o capitalismo. Sua filosofia exerceu influência em várias áreas do conhecimento, tais como Sociologia, Política, Direito, Teologia, Filosofia, Economia, entre outras.

Karl Marx: o idealizador do comunismo

Palavras Chave: Biografia deste importante pensador do século XIX; Marxismo, crítica ao capitalismo; O Capital, Manifesto Comunista;
Friedrich Engels; Socialismo e Comunismo; Análise econômica da forma de produção capitalista.

Biografia

Karl Heinrich Marx nasceu em Trier, uma pequena cidade ao sul da Alemanha, no dia 5 de maio de 1818. Este por sua vez, era descente de uma família de judeus que convivia com a constante perseguição feita pelo governo absolutista de Frederico Guilherme III.


Karl foi o primeiro dos meninos entre os nove filhos da família a ser batizado numa igreja protestante, de que o pai, se tornara membro, provavelmente para garantir respeitabilidade social.


Trier - Alemanha

Depois de estudar em sua cidade natal, em 1835, Marx ingressou na Universidade de Bonn, onde participou da luta política estudantil. Na Universidade de Berlim, para a qual se transferiu em 1836, começou a estudar a filosofia de Georg Wilhelm Friedrich Hegel (um dos mais importantes e influentes filósofos alemães do século XIX) e juntou-se ao grupo dos jovens hegelianos que defendiam a ideia da necessidade da transformação burguesa da Alemanha.



Universidade de Bonn – Alemanha


Universidade de Berlim – Alemanha

Em 1842 tornou-se redator-chefe de um jornal da província de Colônia, mas logo após a publicação do artigo sobre o absolutismo russo, o governo fecha o jornal. 

Jenny Von Westphalen e Karl Marx

No ano seguinte, Marx casou-se com Jenny von Westphalen. O casal mudou-se para Paris, onde Marx entrou em contato com os socialistas. Em 1845, fora expulso da França pelo governo, estabeleceu-se então em Bruxelas (Bélgica) iniciando assim a duradoura amizade e colaboração com Friedrich Engels na publicação de algumas obras.


Friedrich Engels e Karl Marx

“A Sagrada Família” – 1845 e “A ideologia Alemã” - 1845/1846 – publicada em 1926, foram as primeiras obras que escreveram. Nessa época, Marx trabalhou em diversos tratados filosóficos, e em 1848 redigiu, com Engels, o “Manifesto do Partido Comunista”, resumo do materialismo histórico, em que aparecia pela primeira vez o famoso apelo à revolução.

Depois de participar do movimento revolucionário de 1848 na Alemanha, Marx regressou definitivamente a Londres, onde durante o resto da vida contou com a generosa ajuda econômica de Engels para manter sua família.


Friedrich Engels e Karl Marx com suas esposas


Em 1852 escreveu - “O 18 Brumário de Luís Bonaparte”, em que analisa o golpe de estado de Napoleão III do ponto de vista do materialismo histórico; sete anos depois, publicou - “Contribuição à crítica da economia política”, seu primeiro tratado de teoria econômica, e em 1867 o primeiro volume de – “O Capital”, considerada a obra mais importante, devido a analise de Marx quanto ao sistema socioeconômico capitalista.

Marx voltou à atividade política em 1864, quando participou da fundação da Associação Internacional de Trabalhadores. Ele ainda participou em 1875 da fundação do Partido Social Democrata Alemão, mas logo em seguida retirou-se da atividade política para concluir sua obra – “O Capital”.

Apesar de ter reunido imensa documentação para continuar o livro, os volumes segundo e terceiro só foram editados por Engels, em 1885 e 1894. Outros textos foram publicados por Karl Kautsky, como quarto volume, entre 1904 e 1910.

Karl Heinrich Marx morreu em Londres, no dia 14 de março de 1883, em consequência de uma bronquite e de problemas respiratórios.



Monumento - Friedrich Engels e Karl Marx – Berlim

Principais Obras

O Capital

A teoria defendida por Karl Marx nesta obra fundamenta – se na crítica radical do capitalismo, onde predomina a exploração do trabalhador pela burguesia.

Para Marx havia aqueles que possuíam o capital produtivo com o qual expropriavam a mais-valia, constituindo assim a classe exploradora (burguesia); de outro lado estavam os assalariados (proletários).

Na doutrina marxista, a remuneração do capitalista, era considerada consequência da exploração que os mesmos faziam com os trabalhadores assalariados, que, em troca de sua força de trabalho, recebiam apenas o valor das mercadorias e serviços indispensáveis à sua subsistência. (A diferença entre o valor dos bens produzidos e os salários recebidos constitui a "mais-valia", de que se apropriam os capitalistas).



“O Capital” (“Das Kapital”, em seu título original, em alemão) é a obra máxima e a mais conhecida do intelectual e revolucionário alemão Karl Marx  (1818-1883). Trata-se de um minucioso exercício investigativo do autor acerca do funcionamento das relações econômicas, desde as duas mais obscuras origens até os dias atuais, procurando desvendar os conceitos universais que estão por trás da atividade econômica.

O livro se desdobra em três volumes:

Livro I – o processo de produção do capital (publicado originalmente em 1867)

Livro II – o processo de circulação do capital (publicado originalmente em 1885)

Livro III – o processo global da produção capitalista (publicado originalmente em 1894)

Marx viveu apenas para ver o primeiro livro publicado, o qual recebeu correções e anotações posteriores do próprio autor, além de traduções para outras línguas. Os outros dois foram publicados por Friedrich Engels, amigo e colaborador de Marx.

Seu objeto era como explicitado no Prefácio ao Volume I, “revelar a lei econômica do movimento da sociedade moderna”. Marx busca entender todo o processo em seus três livros, chegando a uma especificidade até hoje inédita de pesquisa, argumentação e relação de dados. Defendia que o capitalismo como sistema era um modo de produção historicamente transitório cujas contradições internas o levariam à queda, sendo inevitavelmente substituído.

O autor de O Capital apresentou, através de seu trabalho conceitos como Mais-Valia, Capital Constante, Modo de produção capitalista, Acumulação primitiva entre outros. O modo de produção capitalista ilustra a tese geral de Marx de que a realidade é lógica, que ela contém contradições dentro de si, pois, de um lado a mudança tecnológica, a introdução de novos métodos de produção faz parte da própria existência do capitalismo. A pressão da concorrência força obrigatoriamente os capitalistas a inovarem constantemente, e desse modo a ampliar as forças de produção. Por outro lado, o desenvolvimento das forças produtivas no capitalismo levará a crises inevitáveis.

O raciocínio contido no Capital discordava da grande maioria dos outros tratados econômicos de sua época por privilegiar um ponto de vista dedicado à visão do trabalhador proletário em detrimento do grande produtor capitalista. Marx, porém, havia deixado claro em trabalhos anteriores, especialmente no Manifesto Comunista, que não via o capitalismo como um regime danoso e adverso às suas ideias, mas apenas como um processo temporário na realização do cenário sugerido em seu raciocínio econômico.

Alguns marxistas ainda afirmam que Marx não acreditava que a falência do capitalismo fosse inevitável. Ele próprio insistia em dizer que crises permanentes não existem, elas na verdade são sempre soluções momentâneas e forçosas ante as contradições existentes. Não existe crise econômica tão profunda da qual o capitalismo não possa recuperar-se, uma vez garantido que a classe trabalhadora pague o preço do desemprego, deterioração dos padrões de vida e das condições de trabalho. Se uma crise irá levar a “um estágio mais elevado de produção social” dependerá da consciência e da ação da classe trabalhadora. 

Manifesto do Partido Comunista


Karl Marx e Friedrich Engels tinham, respectivamente, 30 e 28 anos quando “Manifesto do Partido Comunista” foi publicado, em 1848.

Esta obra transformou o mundo e suas relações. A luta de classes foi declarada como movedora da história e do progresso da humanidade, expondo o programa político dos comunistas após a tomada do poder.

O texto deixa explícito que o poder só pode ser atingido pela derrubada do Estado burguês e pela união dos proletários. Fora também interpretado como um hino a uma utopia coletivista e humanitária.

Na obra Marx não apresenta nenhuma condenação moralista ou ética da burguesia. Ao contrário, ele se refere à burguesia como uma classe que desempenhou um importante papel na história ao suprimir o antigo modo de produção e dominação feudal.


O capitalismo permitiu o rápido e constante aperfeiçoamento dos instrumentos de produção.



Após exaltar os feitos históricos da classe burguesa, Marx concentra sua crítica nas consequências (ou males) das relações de produção capitalista. De acordo com Marx, o proletário não é considerado um escravo, mas sua condição de existência sob o capitalismo o transforma em indigente.

Proletariado, a classe revolucionária



Os trabalhadores sofrem a progressiva exclusão dos benefícios da enorme riqueza material que é produzida por eles mesmos, mas que fica concentrada nas mãos de uma minoria. social burguesa.

No capitalismo, o proletariado é considerado por Marx a classe revolucionária. Ela deve desempenhar seu papel histórico de eliminação da classe burguesa e a construção de uma ordem social igualitária, baseada no comunismo, isto é, uma sociedade em que inexista a propriedade privada e onde cada indivíduo trabalhe segundo suas capacidades e receba segundo suas necessidades.