Educar é um desafio social. Assim sendo, esta prática pode tornar-se um instrumento mobilizador para com a situação atual em que vive a população ou ainda ser um meio de alienação. Convém ressaltar, que são inúmeros os interesses políticos, sociais e econômicos que coordenam toda a ação pedagógica e fazem da educação sinônimo de acomodação. Criticar ou contradizer qualquer que seja o trabalho político desenvolvido é motivo de repressão, de anarquia e/ou vandalismo. Ao povo é preciso aceitar a situação de pobreza, dominação e exploração, opor-se é ser revolucionário. Portanto, é preciso que o homem cidadão busque no seu passado um princípio filosófico de vida para que assim seja capaz de refletir a atualidade.
Marx acreditava que a educação era parte da
superestrutura de controle usada pelas classes dominantes. Por isso, ao aceitar
as idéias passadas pela escola à classe dos trabalhadores (que Marx denominava
classe proletária) cria-se uma falsa consciência, que a impede de perceber os
interesses de sua classe. Assim, Marx idealizava uma educação socializada e
igualitária a todos os cidadãos.
Esta era, na sua visão, a solução para retirá-las
do trabalho nas fábricas. Defendia, ainda, que a educação deveria formar o
homem nos aspectos físico, mental e técnico, trazendo os panoramas do estudo,
lazer e trabalho. O intuito fundamental deveria produzir seres humanos
desenvolvidos integralmente
Para Karl Marx, a educação é um objeto de pesquisa
que está inserida numa sociedade com luta de classes. Antes de tudo é
importante destacar que ele não elaborou uma teoria da educação, não se dedicou
sobre o tema. No entanto, sua obra nos legou alguns princípios importantes que
devem ser levados em conta, quando quisermos estabelecer uma prática educacional
transformadora do contexto social no qual estamos inseridos - o ilustre
capitalismo.
Em uma de suas Teses, Marx (1845) mais precisamente
na terceira tese, que algumas vertentes da doutrina materialista erroneamente
entendem que os homens são produtos das circunstâncias e da educação. Dessa
forma, segundo essa concepção, é necessário transformar as circunstâncias para
só depois transformar os homens. Marx discorda totalmente dessa idéia,
afirmando justamente o contrário, para ele são os homens que transformam
as circunstâncias e, por isso, é necessário primeiro mudar os homens e sua
consciência para só depois mudar as circunstâncias.
Na décima primeira tese, Marx argumenta
que "Os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diferentes
maneiras; mas o que importa é transformá-lo". Desta forma ele critica uma
postura contemplativa da filosofia, que apenas observava e nunca intervinha na
realidade. Para Marx, é necessário que se estabeleça uma prática
revolucionária, uma teoria viva, que passa a existir a partir da prática
concreta, da luta, da revolução. Em suma, “o indivíduo exerce o principal papel
na construção da nova sociedade e, consequentemente, numa dimensão dialética,
de um novo homem” (Pensadores Sociais e História da Educação – 2008).
Por essa forma, podemos afirmar, com base nesses
princípios, que Marx propõe uma prática educacional transformadora, onde a
escola teria basicamente um duplo papel: 1°- Desmascarar todas as relações
sociais (relações de dominação e exploração) estabelecidas pelo capitalismo no
âmbito da sociedade, tornando cada indivíduo consciente da realidade social na
qual ele está inserido; 2° - Militar pela abolição das desigualdades sociais,
pelo fim da dominação e exploração de uma classe sobre outra; Por último, pela
transformação da sociedade.
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