quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O Capital

A teoria defendida por Karl Marx nesta obra fundamenta – se na crítica radical do capitalismo, onde predomina a exploração do trabalhador pela burguesia.

Para Marx havia aqueles que possuíam o capital produtivo com o qual expropriavam a mais-valia, constituindo assim a classe exploradora (burguesia); de outro lado estavam os assalariados (proletários).

Na doutrina marxista, a remuneração do capitalista, era considerada consequência da exploração que os mesmos faziam com os trabalhadores assalariados, que, em troca de sua força de trabalho, recebiam apenas o valor das mercadorias e serviços indispensáveis à sua subsistência. (A diferença entre o valor dos bens produzidos e os salários recebidos constitui a "mais-valia", de que se apropriam os capitalistas).



“O Capital” (“Das Kapital”, em seu título original, em alemão) é a obra máxima e a mais conhecida do intelectual e revolucionário alemão Karl Marx  (1818-1883). Trata-se de um minucioso exercício investigativo do autor acerca do funcionamento das relações econômicas, desde as duas mais obscuras origens até os dias atuais, procurando desvendar os conceitos universais que estão por trás da atividade econômica.

O livro se desdobra em três volumes:

Livro I – o processo de produção do capital (publicado originalmente em 1867)

Livro II – o processo de circulação do capital (publicado originalmente em 1885)

Livro III – o processo global da produção capitalista (publicado originalmente em 1894)

Marx viveu apenas para ver o primeiro livro publicado, o qual recebeu correções e anotações posteriores do próprio autor, além de traduções para outras línguas. Os outros dois foram publicados por Friedrich Engels, amigo e colaborador de Marx.

Seu objeto era como explicitado no Prefácio ao Volume I, “revelar a lei econômica do movimento da sociedade moderna”. Marx busca entender todo o processo em seus três livros, chegando a uma especificidade até hoje inédita de pesquisa, argumentação e relação de dados. Defendia que o capitalismo como sistema era um modo de produção historicamente transitório cujas contradições internas o levariam à queda, sendo inevitavelmente substituído.

O autor de O Capital apresentou, através de seu trabalho conceitos como Mais-Valia, Capital Constante, Modo de produção capitalista, Acumulação primitiva entre outros. O modo de produção capitalista ilustra a tese geral de Marx de que a realidade é lógica, que ela contém contradições dentro de si, pois, de um lado a mudança tecnológica, a introdução de novos métodos de produção faz parte da própria existência do capitalismo. A pressão da concorrência força obrigatoriamente os capitalistas a inovarem constantemente, e desse modo a ampliar as forças de produção. Por outro lado, o desenvolvimento das forças produtivas no capitalismo levará a crises inevitáveis.

O raciocínio contido no Capital discordava da grande maioria dos outros tratados econômicos de sua época por privilegiar um ponto de vista dedicado à visão do trabalhador proletário em detrimento do grande produtor capitalista. Marx, porém, havia deixado claro em trabalhos anteriores, especialmente no Manifesto Comunista, que não via o capitalismo como um regime danoso e adverso às suas ideias, mas apenas como um processo temporário na realização do cenário sugerido em seu raciocínio econômico.

Alguns marxistas ainda afirmam que Marx não acreditava que a falência do capitalismo fosse inevitável. Ele próprio insistia em dizer que crises permanentes não existem, elas na verdade são sempre soluções momentâneas e forçosas ante as contradições existentes. Não existe crise econômica tão profunda da qual o capitalismo não possa recuperar-se, uma vez garantido que a classe trabalhadora pague o preço do desemprego, deterioração dos padrões de vida e das condições de trabalho. Se uma crise irá levar a “um estágio mais elevado de produção social” dependerá da consciência e da ação da classe trabalhadora. 

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