quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Karl Heinrich Marx

"Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de várias maneiras. O que importa é modificá-lo." - Karl Marx (1818-1883).


Coerentemente com essa idéia, durante sua vida combinou o estudo das ciências humanas com a militância revolucionária, criando um dos sistemas de idéias mais influentes da história. Direta ou indiretamente, a obra do filósofo alemão originou várias vertentes pedagógicas comprometidas com a mudança da sociedade. “A educação, para Marx, participa do processo de transformação das condições sociais, mas, ao mesmo tempo, é condicionada pelo processo”.


Karl Marx foi filósofo e revolucionário alemão. Criou as bases da doutrina comunista, onde criticou o capitalismo. Sua filosofia exerceu influência em várias áreas do conhecimento, tais como Sociologia, Política, Direito, Teologia, Filosofia, Economia, entre outras.

Karl Marx: o idealizador do comunismo

Palavras Chave: Biografia deste importante pensador do século XIX; Marxismo, crítica ao capitalismo; O Capital, Manifesto Comunista;
Friedrich Engels; Socialismo e Comunismo; Análise econômica da forma de produção capitalista.

Biografia

Karl Heinrich Marx nasceu em Trier, uma pequena cidade ao sul da Alemanha, no dia 5 de maio de 1818. Este por sua vez, era descente de uma família de judeus que convivia com a constante perseguição feita pelo governo absolutista de Frederico Guilherme III.


Karl foi o primeiro dos meninos entre os nove filhos da família a ser batizado numa igreja protestante, de que o pai, se tornara membro, provavelmente para garantir respeitabilidade social.


Trier - Alemanha

Depois de estudar em sua cidade natal, em 1835, Marx ingressou na Universidade de Bonn, onde participou da luta política estudantil. Na Universidade de Berlim, para a qual se transferiu em 1836, começou a estudar a filosofia de Georg Wilhelm Friedrich Hegel (um dos mais importantes e influentes filósofos alemães do século XIX) e juntou-se ao grupo dos jovens hegelianos que defendiam a ideia da necessidade da transformação burguesa da Alemanha.



Universidade de Bonn – Alemanha


Universidade de Berlim – Alemanha

Em 1842 tornou-se redator-chefe de um jornal da província de Colônia, mas logo após a publicação do artigo sobre o absolutismo russo, o governo fecha o jornal. 

Jenny Von Westphalen e Karl Marx

No ano seguinte, Marx casou-se com Jenny von Westphalen. O casal mudou-se para Paris, onde Marx entrou em contato com os socialistas. Em 1845, fora expulso da França pelo governo, estabeleceu-se então em Bruxelas (Bélgica) iniciando assim a duradoura amizade e colaboração com Friedrich Engels na publicação de algumas obras.


Friedrich Engels e Karl Marx

“A Sagrada Família” – 1845 e “A ideologia Alemã” - 1845/1846 – publicada em 1926, foram as primeiras obras que escreveram. Nessa época, Marx trabalhou em diversos tratados filosóficos, e em 1848 redigiu, com Engels, o “Manifesto do Partido Comunista”, resumo do materialismo histórico, em que aparecia pela primeira vez o famoso apelo à revolução.

Depois de participar do movimento revolucionário de 1848 na Alemanha, Marx regressou definitivamente a Londres, onde durante o resto da vida contou com a generosa ajuda econômica de Engels para manter sua família.


Friedrich Engels e Karl Marx com suas esposas


Em 1852 escreveu - “O 18 Brumário de Luís Bonaparte”, em que analisa o golpe de estado de Napoleão III do ponto de vista do materialismo histórico; sete anos depois, publicou - “Contribuição à crítica da economia política”, seu primeiro tratado de teoria econômica, e em 1867 o primeiro volume de – “O Capital”, considerada a obra mais importante, devido a analise de Marx quanto ao sistema socioeconômico capitalista.

Marx voltou à atividade política em 1864, quando participou da fundação da Associação Internacional de Trabalhadores. Ele ainda participou em 1875 da fundação do Partido Social Democrata Alemão, mas logo em seguida retirou-se da atividade política para concluir sua obra – “O Capital”.

Apesar de ter reunido imensa documentação para continuar o livro, os volumes segundo e terceiro só foram editados por Engels, em 1885 e 1894. Outros textos foram publicados por Karl Kautsky, como quarto volume, entre 1904 e 1910.

Karl Heinrich Marx morreu em Londres, no dia 14 de março de 1883, em consequência de uma bronquite e de problemas respiratórios.



Monumento - Friedrich Engels e Karl Marx – Berlim

Principais Obras

O Capital

A teoria defendida por Karl Marx nesta obra fundamenta – se na crítica radical do capitalismo, onde predomina a exploração do trabalhador pela burguesia.

Para Marx havia aqueles que possuíam o capital produtivo com o qual expropriavam a mais-valia, constituindo assim a classe exploradora (burguesia); de outro lado estavam os assalariados (proletários).

Na doutrina marxista, a remuneração do capitalista, era considerada consequência da exploração que os mesmos faziam com os trabalhadores assalariados, que, em troca de sua força de trabalho, recebiam apenas o valor das mercadorias e serviços indispensáveis à sua subsistência. (A diferença entre o valor dos bens produzidos e os salários recebidos constitui a "mais-valia", de que se apropriam os capitalistas).



“O Capital” (“Das Kapital”, em seu título original, em alemão) é a obra máxima e a mais conhecida do intelectual e revolucionário alemão Karl Marx  (1818-1883). Trata-se de um minucioso exercício investigativo do autor acerca do funcionamento das relações econômicas, desde as duas mais obscuras origens até os dias atuais, procurando desvendar os conceitos universais que estão por trás da atividade econômica.

O livro se desdobra em três volumes:

Livro I – o processo de produção do capital (publicado originalmente em 1867)

Livro II – o processo de circulação do capital (publicado originalmente em 1885)

Livro III – o processo global da produção capitalista (publicado originalmente em 1894)

Marx viveu apenas para ver o primeiro livro publicado, o qual recebeu correções e anotações posteriores do próprio autor, além de traduções para outras línguas. Os outros dois foram publicados por Friedrich Engels, amigo e colaborador de Marx.

Seu objeto era como explicitado no Prefácio ao Volume I, “revelar a lei econômica do movimento da sociedade moderna”. Marx busca entender todo o processo em seus três livros, chegando a uma especificidade até hoje inédita de pesquisa, argumentação e relação de dados. Defendia que o capitalismo como sistema era um modo de produção historicamente transitório cujas contradições internas o levariam à queda, sendo inevitavelmente substituído.

O autor de O Capital apresentou, através de seu trabalho conceitos como Mais-Valia, Capital Constante, Modo de produção capitalista, Acumulação primitiva entre outros. O modo de produção capitalista ilustra a tese geral de Marx de que a realidade é lógica, que ela contém contradições dentro de si, pois, de um lado a mudança tecnológica, a introdução de novos métodos de produção faz parte da própria existência do capitalismo. A pressão da concorrência força obrigatoriamente os capitalistas a inovarem constantemente, e desse modo a ampliar as forças de produção. Por outro lado, o desenvolvimento das forças produtivas no capitalismo levará a crises inevitáveis.

O raciocínio contido no Capital discordava da grande maioria dos outros tratados econômicos de sua época por privilegiar um ponto de vista dedicado à visão do trabalhador proletário em detrimento do grande produtor capitalista. Marx, porém, havia deixado claro em trabalhos anteriores, especialmente no Manifesto Comunista, que não via o capitalismo como um regime danoso e adverso às suas ideias, mas apenas como um processo temporário na realização do cenário sugerido em seu raciocínio econômico.

Alguns marxistas ainda afirmam que Marx não acreditava que a falência do capitalismo fosse inevitável. Ele próprio insistia em dizer que crises permanentes não existem, elas na verdade são sempre soluções momentâneas e forçosas ante as contradições existentes. Não existe crise econômica tão profunda da qual o capitalismo não possa recuperar-se, uma vez garantido que a classe trabalhadora pague o preço do desemprego, deterioração dos padrões de vida e das condições de trabalho. Se uma crise irá levar a “um estágio mais elevado de produção social” dependerá da consciência e da ação da classe trabalhadora. 

Manifesto do Partido Comunista


Karl Marx e Friedrich Engels tinham, respectivamente, 30 e 28 anos quando “Manifesto do Partido Comunista” foi publicado, em 1848.

Esta obra transformou o mundo e suas relações. A luta de classes foi declarada como movedora da história e do progresso da humanidade, expondo o programa político dos comunistas após a tomada do poder.

O texto deixa explícito que o poder só pode ser atingido pela derrubada do Estado burguês e pela união dos proletários. Fora também interpretado como um hino a uma utopia coletivista e humanitária.

Na obra Marx não apresenta nenhuma condenação moralista ou ética da burguesia. Ao contrário, ele se refere à burguesia como uma classe que desempenhou um importante papel na história ao suprimir o antigo modo de produção e dominação feudal.


O capitalismo permitiu o rápido e constante aperfeiçoamento dos instrumentos de produção.



Após exaltar os feitos históricos da classe burguesa, Marx concentra sua crítica nas consequências (ou males) das relações de produção capitalista. De acordo com Marx, o proletário não é considerado um escravo, mas sua condição de existência sob o capitalismo o transforma em indigente.

Proletariado, a classe revolucionária



Os trabalhadores sofrem a progressiva exclusão dos benefícios da enorme riqueza material que é produzida por eles mesmos, mas que fica concentrada nas mãos de uma minoria. social burguesa.

No capitalismo, o proletariado é considerado por Marx a classe revolucionária. Ela deve desempenhar seu papel histórico de eliminação da classe burguesa e a construção de uma ordem social igualitária, baseada no comunismo, isto é, uma sociedade em que inexista a propriedade privada e onde cada indivíduo trabalhe segundo suas capacidades e receba segundo suas necessidades.

Observação

Nessas obras devido à constante presença de ideais comunistas, percebemos que o filósofo alemão Karl Marx propunha claramente a tomada do poder pelos proletários e a adoção de uma economia de forma planejada para acabar com as desigualdades sociais, suprindo dessa forma, todas as necessidades das pessoas.

Luta de classes


Na base do pensamento de Marx está a idéia de que tudo se encontra em constante processo de mudança. O motor da mudança são os conflitos resultantes das contradições de uma mesma realidade. Para Marx, o conflito que explica a história é a luta de classes. Segundo o filósofo, as sociedades se estruturam de modo a promover os interesses da classe economicamente dominante. No capitalismo, a classe dominante é a burguesia; e aquela que vende sua força de trabalho e recebe apenas parte do valor que produz é o proletariado.

O marxismo prevê que o proletariado se libertará dos vínculos com as forças opressoras e, assim, dará origem a uma nova sociedade. Segundo Marx, o conflito de classes já havia sido responsável pelo surgimento do capitalismo, cujas raízes estariam nas contradições internas do feudalismo medieval. Em ambos os regimes (feudalismo e capitalismo), as forças econômicas tiveram papel central. “O moinho de vento nos dá uma sociedade com senhor feudal; o motor a vapor, uma sociedade com o capitalista industrial”, escreveu Marx. 

Contribuições Marxistas para Educação


Educar é um desafio social. Assim sendo, esta prática pode tornar-se um instrumento mobilizador para com a situação atual em que vive a população ou ainda ser um meio de alienação. Convém ressaltar, que são inúmeros os interesses políticos, sociais e econômicos que coordenam toda a ação pedagógica e fazem da educação sinônimo de acomodação. Criticar ou contradizer qualquer que seja o trabalho político desenvolvido é motivo de repressão, de anarquia e/ou vandalismo. Ao povo é preciso aceitar a situação de pobreza, dominação e exploração, opor-se é ser revolucionário. Portanto, é preciso que o homem cidadão busque no seu passado um princípio filosófico de vida para que assim seja capaz de refletir a atualidade.

Marx acreditava que a educação era parte da superestrutura de controle usada pelas classes dominantes. Por isso, ao aceitar as idéias passadas pela escola à classe dos trabalhadores (que Marx denominava classe proletária) cria-se uma falsa consciência, que a impede de perceber os interesses de sua classe. Assim, Marx idealizava uma educação socializada e igualitária a todos os cidadãos. 
Esta era, na sua visão, a solução para retirá-las do trabalho nas fábricas. Defendia, ainda, que a educação deveria formar o homem nos aspectos físico, mental e técnico, trazendo os panoramas do estudo, lazer e trabalho. O intuito fundamental deveria produzir seres humanos desenvolvidos integralmente
Para Karl Marx, a educação é um objeto de pesquisa que está inserida numa sociedade com luta de classes. Antes de tudo é importante destacar que ele não elaborou uma teoria da educação, não se dedicou sobre o tema. No entanto, sua obra nos legou alguns princípios importantes que devem ser levados em conta, quando quisermos estabelecer uma prática educacional transformadora do contexto social no qual estamos inseridos - o ilustre capitalismo.

Em uma de suas Teses, Marx (1845) mais precisamente na terceira tese, que algumas vertentes da doutrina materialista erroneamente entendem que os homens são produtos das circunstâncias e da educação. Dessa forma, segundo essa concepção, é necessário transformar as circunstâncias para só depois transformar os homens. Marx discorda totalmente dessa idéia, afirmando justamente o contrário, para ele são os homens que transformam as circunstâncias e, por isso, é necessário primeiro mudar os homens e sua consciência para só depois mudar as circunstâncias.
Na décima primeira tese, Marx argumenta que "Os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diferentes maneiras; mas o que importa é transformá-lo". Desta forma ele critica uma postura contemplativa da filosofia, que apenas observava e nunca intervinha na realidade. Para Marx, é necessário que se estabeleça uma prática revolucionária, uma teoria viva, que passa a existir a partir da prática concreta, da luta, da revolução. Em suma, “o indivíduo exerce o principal papel na construção da nova sociedade e, consequentemente, numa dimensão dialética, de um novo homem” (Pensadores Sociais e História da Educação – 2008).

Por essa forma, podemos afirmar, com base nesses princípios, que Marx propõe uma prática educacional transformadora, onde a escola teria basicamente um duplo papel: 1°- Desmascarar todas as relações sociais (relações de dominação e exploração) estabelecidas pelo capitalismo no âmbito da sociedade, tornando cada indivíduo consciente da realidade social na qual ele está inserido; 2° - Militar pela abolição das desigualdades sociais, pelo fim da dominação e exploração de uma classe sobre outra; Por último, pela transformação da sociedade.

Comunismo


Definição: O comunismo pode ser definido como uma doutrina ou ideologia (propostas sociais, políticas econômicas) que visa a criação de uma sociedade sem classes sociais. De acordo com esta ideologia, os meios de produção deixariam de ser privados, tornando-se públicos. No campo político, a ideologia comunista defende a ausência do Estado.
O grande marco histórico do comunismo foi a Revolução Russa de 1917. Podemos citar também, neste contexto, a Revolução Cubana.

No período posterior à Revolução Francesa, surgiram movimentos que defendiam alguns ideais comunistas, mas todos eles tinham em comum a construção de uma nova ordem social comunista que deveria ser alcançada pacificamente. Entre os líderes mais importantes desses movimentos destaca-se Karl Marx.

As concepções e os ideais comunistas formulados por Karl Marx representam, sem dúvida, o ponto culminante da mais contundente crítica da sociedade burguesa e do modo de produção capitalista. Marx se interessou pelo estudo minucioso do funcionamento do modo de produção capitalista e concebeu uma maneira de superá-lo a fim de estabelecer as bases de uma futura sociedade comunista.

Marxismo

O Marxismo é o conjunto de idéias filosóficas, econômicas, políticas e sociais elaboradas primariamente por Karl Marx e Friedrich Engels e desenvolvidas mais tarde por outros seguidores. Interpreta a vida social conforme a dinâmica da luta de classes e prevê a transformação das sociedades de acordo com as leis do desenvolvimento histórico de seu sistema produtivo.

Fruto de décadas de colaboração entre Karl Marx e Friedrich Engels, o marxismo influenciou os mais diversos setores da atividade humana ao longo do século XX, desde a política e a prática sindical até a análise e interpretação de fatos sociais, morais, artísticos, históricos e econômicos. Tornou-se também base para as doutrinas oficiais utilizadas nos países socialistas.

Marxismo – Lênin e Max Weber

Karl Marx, filósofo alemão foi expulso da maior parte dos países europeus devido ao seu radicalismo. Seu envolvimento com radicais franceses e alemães, no agitado período de 1840, fez com que ele levantasse a bandeira do comunismo e atacasse o sistema capitalista. Segundo este o capitalismo era o principal responsável pela desorientação humana. Ele defendia a ideia de que a classe trabalhadora deveria unir-se com o propósito de derrubar os capitalistas e aniquilar de vez a característica abusiva deste sistema que, segundo ele, era o maior responsável pelas crises que se viam cada vez mais intensificadas pelas grandes diferenças sociais.
Este notável personagem histórico deixou muitos seguidores de seus ideais. Lênin foi um deles, e na União Soviética, utilizou as ideias marxistas para sustentar o comunismo. No entanto, alguns marxistas discordavam de certos caminhos escolhidos pelo líder russo.

Max Weber, considerado um dos fundadores da Sociologia também era conhecedor dos ideais marxistas. Este, por sua vez, afirmava que o papel da Sociologia é observar e analisar os fenômenos que ocorrem na sociedade, buscando extrair desses fenômenos os ensinamentos e sistematizá-los para uma melhor compreensão. 
As ideias de Max Weber e de Karl Marx nunca perderam a validade. Durante grande parte do século XX ambos foram colocados em campos opostos, em que suas reflexões sobre a sociedade moderna eram entendidas como interpretações antagônicas, sendo uma, a weberiana, classificada como conservadora e burguesa, e a outra, a marxista, como sendo progressista e fundamentalmente baseada nos ideais revolucionários.
Porém em longos trechos das obras de Marx e Weber as questões postas são as mesmas, e ambos têm, como pensadores, muito mais em comum. Um dos elementos centrais que os aproxima está ligado à preocupação de ambos sobre o destino do homem dentro da moderna sociedade capitalista.
Enfim até hoje, as ideias marxistas continuam a influenciar muitos historiadores e cientistas sociais que, independente de aceitarem ou não as teorias do pensador alemão, concordam com a ideia de que para se compreender uma sociedade deve-se entender primeiramente sua forma de produção. Vale ressaltar que após a Segunda Guerra Mundial, o marxismo teve um crescimento considerável, principalmente em países do terceiro mundo, onde se constituiu como ponto de referência para os movimentos de libertação nacional. 

Capitalismo


Analisando o capitalismo, Marx desenvolveu uma teoria para o valor dos produtos: o valor é a expressão da quantidade de trabalho social utilizado na produção da mercadoria. No sistema capitalista, o trabalhador vende ao proprietário a sua força de trabalho, muitas vezes o único bem que têm; tratada como mercadoria, e submetida às leis do mercado, como concorrência, baixos salários. A diferença entre o valor do produto final e o valor pago ao trabalhador, Marx deu o nome de mais-valia, que expressa, portanto, o grau de exploração do trabalho. Os empregadores têm uma tendência natural de aumentar a mais-valia, acumulando cada vez mais riquezas.
Marx não estava interessado especificamente em preços de mercado. Sua meta era entender o capitalismo como uma forma de sociedade historicamente específica, descobrir o que faz o capitalismo diferente das formas anteriores de sociedade, e que contradições levariam à sua futura transformação. Marx não queria saber em que medida o trabalho formava o valor de troca das mercadorias, mas em que forma o trabalho realizava essa função e porque sob o capitalismo a produção era de mercadorias para o mercado e não de produtos para uso direto como nas sociedades anteriores. 
“Marx repensa o problema nos seguintes termos: cada capitalista divide seu capital em duas partes, uma para adquirir insumos (máquinas, matérias-primas) e outra para comprar força de trabalho; a primeira, chamada capital constante, somente transfere o seu valor ao produto final; a segunda, chamada capital variável, ao utilizar o trabalho dos assalariados, adiciona um valor novo ao produto final. É este valor adicionado, que é maior que o capital variável (daí o nome "variável": ele se expande no processo de produção), que é repartido entre capitalista e trabalhador. O capitalista entrega ao trabalhador uma parte do valor que este último produziu, sob forma de salário, e se apropria do restante sob a forma de mais-valia”.

Na verdade, o trabalhador produz mais do que foi calculado, ou seja, a força de trabalho cria um valor superior ao estipulado inicialmente. Esse trabalho excedente não é pago ao trabalhador e serve para aumentar cada vez mais o capital. Insere-se neste ponto a questão da alienação - o produtor não se reconhece no que produz.
Mas o que faz com que o homem não perceba? De acordo com Marx, está na ideologia dominante, que procura sempre retardar e disfarçar as contradições politicamente. Portanto, a luta de classes só pode ter como objetivo a supressão dessa extorsão e a instituição de uma sociedade na qual os produtores seriam senhores de sua produção.

Karl Marx e a Divisão Social do Trabalho


“As classes sociais, para Marx, surgem a partir da divisão social do trabalho.”
Karl Marx foi um dos grandes autores clássicos que se dedicaram a entender e a analisar a divisão do trabalho na sociedade capitalista.
Para ele a divisão do trabalho é fruto do desenvolvimento da sociedade e do estilo de vida do homem. Conforme as suas atividades vão se sofisticando, torna-se necessária uma maior especialização e por consequência, uma maior divisão das etapas da produção.
Na sociedade atual, cada indivíduo possui uma capacitação específica e os serviços estão cada vez mais terceirizados.
Para Karl Marx a divisão do trabalho trouxe divisões de classes e por conseguinte a criação da Burguesia e do Proletário. Durante a Revolução Industrial os beneficiados foram os detentores da matéria-prima e das ferramentas, máquinas, uma vez que quem não tinha posses passou a vender a força de trabalho tornando-se empregado daquele.
Pode parecer justo a primeira vista, mas o sistema cria uma lógica desigual onde um operário trabalha durante 4 horas para pagar o seu salário e mais 4 horas sem ter qualquer participação dos lucros que recebem o nome de mais-valia. Isso permite que o burguês enriqueça rapidamente e o proletário tenha que trabalhar durante toda a vida para manter sua existência.

Seguindo essa lógica as horas de trabalho seriam todas as 24 horas de um dia menos aquelas destinadas ao descanso necessário ao trabalhador para que no dia seguinte ele execute o mesmo trabalho. Essa exploração foi o estopim para boa parte das revoltas trabalhistas dos séculos passados.

Alienação


O termo Alienação entrou no vocabulário contemporâneo graças a Karl Marx.Este retirou a ideia de alienação de suas leituras de Hegel, mas o revestiu de um caráter inovador e, como em tudo em Marx, muito crítico.

Tanto em Marx quanto em Hegel, alienação está ligada ao trabalho. Para Hegel, o trabalho é a essência do homem, quer dizer, é somente por meio de seu trabalho que o homem pode realizar plenamente suas habilidades em produções materiais.

Marx viu nestas ideias algo interessante, que poderia explicar as relações sociais no 
capitalismo
 e, mais do que isso, desvendar um dispositivo fundamental da máquina capitalista.

Para isso, voltou-se para a realidade concreta, em que os trabalhadores eram explorados em fábricas e deixavam seus patrões cada vez mais ricos, enquanto eles e suas famílias ficavam cada vez mais pobres. 

Trabalho Alienado

Alienação, para Marx, tem um sentido negativo (em Hegel, é algo positivo) em que o trabalho, ao invés de realizar o homem, o escraviza; ao invés de humanizá-lo, o desumaniza. O homem troca o verbo SER pelo TER: sua vida passa a medir-se pelo que ele possui não pelo que ele é.

O filósofo alemão concebeu diferentes formas de alienação, como a religião ou o Estado, em que o homem, longe de tornar-se livre, cada vez mais se aprisionaria. Mas uma alienação é básica, segundo Marx: a alienação econômica.



A alienação econômica pode ser descrita de duas formas: o trabalho como (a)atividade fragmentada e como (b) produto apropriado por outros.

Tempos Modernos




No primeiro caso, a separação do trabalho, em todas as suas instâncias, aliena o trabalhador, que não se reconhece mais em uma atividade - porque ele faz apenas uma peça de um carro em uma escala produtiva e não tem a visão do conjunto, por exemplo - e porque acaba desenvolvendo apenas uma de suas habilidades, seja braçal ou intelectual, provocando, com isso também, uma divisão social.

Essa divisão do trabalho foi fundamental para a organização da sociedade capitalista.

O melhor exemplo de como funciona este processo e suas consequências sociais pode ser visto no filme "Tempos Modernos" (1936), dirigido e estrelado por Charles Chaplin, que mostra, de forma bem humorada, a vida de um operário sendo controlada pela máquina na linha de montagem de uma fábrica.



Exploração
No segundo caso, o trabalhador tem a riqueza gerada pelo seu trabalho tomada pelos proprietários dos meios de produção. Ele é levado a gerar acumulação de capital e lucro para uma minoria, enquanto vive na pobreza.

Um empregado de uma fábrica de TV de LCD, por exemplo, em oito horas diárias de trabalho produz, ao final do mês, um número considerável de aparelhos, mas recebe apenas uma pequena parcela disso em forma de salário. O que recebe não permite sequer adquirir aquilo que ele produz e o modo de vida de sua família é muito diferente daqueles que consomem seu produto.

O trabalhador não reconhece mais o produto de seu trabalho e não se dá conta da exploração a que é submetido.
Diz Marx: "A alienação aparece tanto no fato de que meu meio de vida é de outro, que meu desejo é a posse inacessível de outro, como no caso de que cada coisa é outra que ela mesma, que minha atividade é outra coisa e que, finalmente (e isto é válido também para o capitalista), domina em geral o poder desumano".

Divisão do trabalho e acumulação de capital, que, juntos, formam a base de uma sociedade capitalista, são também as fontes de alienação moderna, segundo Marx, por meio das quais se constitui um sistema de dominação.

Comunismo
Se o trabalho, no sistema capitalista, é fonte de alienação, e se o capital é, basicamente, propriedade privada, isto é, a posse e o acúmulo de objetos, a superação do homem alienado só virá, para Marx, com a sociedade comunista.

Segundo Marx, somente com o comunismo as pessoas deixariam de ser alienadas, pois tudo seria de todos e não haveria necessidade de divisão ou expropriação do trabalho alheio. "A superação da propriedade privada é, por isso, a emancipação total de todos os sentidos e qualidades humanas", diz Marx.



Educação Alienante

Combater a alienação e a desumanização era, para Marx, a função social da educação. Para isso seria necessário aprender competências que são indispensáveis para a compreensão do mundo físico e social.
Ele valorizava a gratuidade da educação, mas não o atrelamento a políticas de Estado – o que equivaleria a subordinar o ensino à religião. Marx via na instrução das fábricas, criada pelo capitalismo, qualidades a ser aproveitadas para um ensino transformador – principalmente o rigor com que encarava o aprendizado para o trabalho. O mais importante, no entanto, seria ir contra a tendência “profissionalizante”, que levava as escolas industriais a ensinar apenas o estritamente necessário para o exercício de determinada função. Marx entendia que a educação deveria ser ao mesmo tempo intelectual, física e técnica. 

Consumo

Karl Marx em um de seus manuscritos econômicos (esboços da crítica da economia política) tratou da questão do consumo.
Na introdução do livro Grundrisse, a análise histórica do desenvolvimento dos estágios sociais é feita por Marx com base em quatro perspectivas interrelacionadas: produção, distribuição, troca e consumo.
Se o consumo reproduz a necessidade, subentende-se que esta última deve ser conhecida antes da produção, de modo a ofertar/produzir produtos que saciem uma necessidade por meio de seu consumo. Estabelece-se o ciclo: necessidade -> produção -> consumo (nesta ordem).


Os pressupostos difundidos pela descoberta do marketing na segunda metade do século XX, que guiam a atuação das empresas contemporâneas, ressaltam a importância de entender as necessidades do cliente e atendê-las de forma efetiva (eficiente e eficaz). No entanto, já em meados do século XIX, Marx enaltecera a relação vital entre necessidade e consumo como insumo para a produção.
O que faz com que Marx não tenha atentado para a criação de uma ciência mercadológica, diz respeito ao seu objeto de estudo: a produção material e a relação dos indivíduos sob esta perspectiva.
Contudo, podemos afirmar que ele foi um pioneiro a destacar a importância do consumo pela ótica das necessidades e desejos dos consumidores. Em O Capital, destacado por muitos como sua obra-prima, Marx (2011b, p. 57) destaca esta relação entre necessidade, desejo e consumo:
“A mercadoria é, antes de mais nada, um objeto externo, uma coisa que, por suas propriedades, satisfaz necessidades humanas, seja qual for a natureza, a origem delas, provenham do estômago ou da fantasia”.
Ao utilizar os termos “estômago” e “fantasia”, Marx está se referindo a necessidades e desejos, respectivamente. No entanto, tal problemática não se desenvolve em sua obra por não ser este o seu objeto de estudo.

Dessa maneira é possível encontrar válidas contribuições para a construção de uma dinâmica social do consumo também pela ótica marxista.

Observação – Consumo Alienado

Marx, provavelmente, ficaria muito aborrecido em ver que, na prática, os ideais do comunismo, somente trouxeram mais alienação. Sua crítica, no entanto, parece atual diante de uma juventude destituída de ideais políticos que se contenta com prazeres imediatos proporcionados pelo consumo.

Ideologia segundo Marx




“A ideologia pode ser definida como uma forma de mascarar ou ocultar as contradições sociais e a dominação, invertendo o modo de processar o pensamento sobre algumas realidades.”

Durante a história da Filosofia, muitos foram os autores que trabalharam com a noção de Ideia como sendo a base do pensamento e do conhecimento.
Para Karl Marx, ideias são valores que os homens criam segundo as suas condições materiais de existência. E esses valores são criados com um fim bem específico, que não é o de explicar a realidade, mas manter o status da propriedade privada e dos donos dos meios de produção. Daí deriva a noção de Ideologia.
Segundo essa forma de pensar, a realidade é constituída por uma luta de classes, causada pela divisão social do trabalho. As classes em conflito são as dos proprietários dos meios de produção e dos proletários. Assim, para amenizar o conflito e manter o controle sobre a classe dominada, a classe dominante cria instâncias psicológicas, valores e ideias que procuram manter o seu objetivo. O capital, oriundo da propriedade privada, necessita de mão de obra para continuar existindo, logo, os discursos são moldados segundo a visão daqueles que percebem a necessidade de perpetuar o esquema de dominação. A ideologia é uma forma de mascarar ou ocultar as contradições sociais e a dominação, invertendo o modo de processar o pensamento sobre algumas realidades.
A ideologia é, portanto, uma forma de produção do imaginário social que corresponde aos anseios da classe dominante como meio mais eficaz de controle social e de amenizar os conflitos de classe, seja invertendo a noção de causa e efeito, seja silenciando questões que por isso mesmo impedem a tomada de consciência do trabalhador de sua condição histórica.

Frases e Pensamentos – Karl Marx

Os pensamentos de Karl Marx sobrevivem até hoje, mesmo em um mundo extremamente capitalista.

“A história da sociedade até aos nossos dias é a história da luta de classes.”
“As revoluções são a locomotiva da história.”
 “Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é modificá-lo.”
“O caminho do inferno está pavimentado de boas intenções.”
“As ideias dominantes numa época nunca passaram das ideias da classe dominante.”




Karl Marx (1818-1883) foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista e foi o mais revolucionário pensador sociológico.
Marx concebe a sociedade dividida em duas classes: a dos capitalistas que detêm a posse dos meios de produção e o proletariado, cuja única posse é sua força de trabalho a qual vendem ao capital. Para Marx, os interesses entre o capital e o trabalho são irreconciliáveis, sendo este debate a essência do seu pensamento, resultando na concepção de uma sociedade dividida em classes. Assim, os meios de produção resultam nas relações de produção, formas como os homens se organizam para executar a atividade produtiva. Tudo isso acarreta desigualdades, dando origem à luta de classes.

Marx foi um defensor do comunismo, pois essa seria a fase final da sociedade humana, alcançada somente a partir de uma revolução proletária, acreditando assim na ideia utópica de uma sociedade igualitária ou socialista.

Ideais Marxistas e a Educação no Brasil

Podemos dizer que infelizmente, os princípios estabelecidos por Marx não tem sido utilizados, uma vez que o modelo de educação que temos no Brasil é altamente exclusivo, discriminatório, onde só os indivíduos da classe dominante têm reais chances de alcançar uma melhor posição social no interior de seu grupo.


No entanto, cabe a cada um de nós, futuros educadores, lutar para o estabelecimento de um ideal de educação. 

Conclusão

A criação deste blog tem a finalidade de apresentar a ilustre contribuição social de Karl Heinrich Marx na história.

Com a realização deste trabalho apontamos a importância do marxismo em várias esferas; neste caso a questão do âmbito educacional é a que mais nos interessa.

Sabemos que Marx não se aprofundou muito quanto às questões educacionais, mas sua contribuição foi totalmente importante, pois esta foi a vertente para outros  filósofos que discorreram o assunto.



·        Em recente pesquisa da rádio BBC, que mobilizou grande parte da imprensa inglesa, Marx foi eleito o filósofo mais importante de todos os tempos.

Bibliografia

http://www.e-biografias.net/karl_marx/ - Acesso em: 27 de setembro de 2013. Às 14:30hs.

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